Introdução

O acesso da população de baixa renda ao crédito tem o potencial de alavancar pequenos empreendimentos por meio da aquisição de bens de produção e capital de giro. Entretanto, um dos desafios da oferta do microcrédito em larga escala é sua incorporação aos bancos comerciais, de modo a usufruir do alcance nacional e da capilaridade desses bancos. Chegar até o microempreendedor tem um custo significativo frente às receitas do microcrédito, que por definição envolve montantes reduzidos e baixas taxas de juros. Se, além disso, a inadimplência for alta – e agravada por oscilações da conjuntura econômica –, o banco pode perder o interesse em manter a operação.

Este texto relata como o Itaú Microcrédito – parceria entre o Itaú Unibanco, o International Finance Corporation (IFC/Banco Mundial) – buscou enfrentar esses desafios típicos do microcrédito, somados a outros provenientes de seu próprio modelo de negócios, apostando na consolidação de uma cultura de microfinanças voltada para a excelência na qualidade e na gestão das carteiras. Construindo uma plataforma de comunicação adaptada ao seu público, baseada na capacitação de agentes de crédito, e apostando em ganhos de escala sustentados por tecnologias da informação e modelos matemáticos, o Itaú Microcrédito redesenhou seu modelo de negócios de modo a viabilizar a ambição de “se transformar, nos próximos cinco anos, em uma das maiores operações de microcrédito do Brasil” 25.