Introdução

A instalação de empreendimentos de grande porte causa impactos consideráveis nos municípios e comunidades do entorno, tanto positivos quanto negativos, e notórios, principalmente, em municípios de pequeno porte. Buscando compensar os impactos negativos, as empresas propõem projetos sociais baseados, geralmente, em sua própria percepção das necessidades do município, ou na consulta ao prefeito sobre os investimentos prioritários em que possa apoiar o município. Estes podem, muitas vezes, centrar-se na perspectiva de um mandato político, com demandas de curto prazo que não necessariamente refletem as expectativas da comunidade.

Buscando legitimar o relacionamento e a gestão dos investimentos da empresa nas regiões onde atua, a ETH Bioenergia propôs um enfoque diferente. Criou um modelo de governança participativa em que a comunidade, a prefeitura e a empresa decidem em conjunto quais as prioridades e, portanto, quais projetos serão realizados – o programa Energia Social para a Sustentabilidade Local. Lançado em 2009, o modelo busca garantir que sejam consideradas tanto as prioridades das prefeituras quanto aquelas apontadas pelas próprias comunidades, bem como os projetos relacionados aos interesses do negócio, todos atendendo às diretrizes do programa: um processo participativo, o desenvolvimento de projetos autossustentáveis e que promovam o desenvolvimento local, e a gestão por indicadores 55.