Focos Estratégicos

Com um conjunto de estratégias que incluem pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e a busca de novos caminhos para a química sustentável, os esforços da Braskem em torno dos três pilares encontram atualmente sua maior expressão no desenvolvimento de biopolímeros. Para alimentar todo o processo de inovação, a empresa realiza fortes investimentos em pesquisa e tecnologia.

Alicerce para inovação: investimento em pesquisa e desenvolvimento

Para atingir o objetivo de se tornar uma das empresas mais inovadoras da indústria química mundial, a Braskem revisou sua estratégia de inovação e tecnologia de modo a redirecionar o foco e aumentar o investimento tanto na própria equipe quanto por meio de parcerias. A estratégia passou a focar não apenas no desenvolvimento de produtos, mas também no desenvolvimento de novos processos de produção, como o que permitiu a transformação do etanol em resina plástica.

Segundo a empresa 45, antes da incorporação da Quattor (Brasil) e da Sunoco Chemicals (EUA), a Braskem adquiria muita tecnologia de outras empresas. A aquisição desses ativos reforça sua estratégia de expansão global, que juntamente com o objetivo de desenvolver a cadeia produtiva do setor demanda maiores investimentos em sua autonomia tecnológica.

Em 2012 a empresa investiu cerca de R$ 188 milhões em inovação e desenvolvimento de tecnologias, seja na própria empresa, seja em colaboração com institutos de pesquisa. Passou a investir mais na atração e formação de cientistas, tendo aumentado sua equipe dedicada à Inovação e Tecnologia de 190 para 330 profissionais especializados em 2012. Reforçou o estabelecimento de parcerias com entidades de pesquisa, como a Universidade de Campinas (Unicamp), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES). Além disso, investiu também em novas parcerias com institutos de pesquisa, como o Laboratório Nacional de Biociências – LNBio, visando à instalação de uma nova unidade de pesquisa em biopolímeros em Campinas, São Paulo. No final de 2012, a empresa apresentava cerca de 650 patentes depositadas, sendo 47 novos depósitos em 2012.

Em 2012, cinco projetos de pesquisa a partir de biomassa obtiveram a aprovação do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A assinatura do contrato está prevista para 2013. Existem parcerias com universidades e centros de pesquisa, entre eles, o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), em Campinas, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A equipe da Braskem no LNBio desenvolve pesquisas em processos, utilizando biotecnologia. Espera-se que essas pesquisas levem a novas rotas biotecnológicas, que ampliarão a matriz de produtos renováveis da Empresa;criação da Plataforma Braskem de Biotecnologia, que visa ao desenvolvimento de fontes renováveis inéditas para produção de químicos verdes;e além disso parcerias com Novozymes e Grace, com intuito de desenvolver produtos de fonte de matéria-prima renovável.

Já o convênio de cooperação científica e tecnológica com a Embrapa busca identificar nanofibras de celulose mais produtivas e biodegradáveis para uso na indústria, com base em bagaço de cana-de-açúcar, fibras de casca de coco, variedades específicas de algodão colorido, sisal, curauá e resíduos agrícolas. A ideia é apoiar projetos de pesquisa estabelecidos com instituições de ensino superior e de pesquisa no estado de São Paulo, e tem apoio da FAPESP e da Fundação para o Incremento da Pesquisa e do Aperfeiçoamento Industrial (FIPAI). Num prazo de três anos, serão investidos R$ 500 mil, sendo R$ 248 mil aportados pela Braskem.

A Braskem pretende figurar entre as empresas do setor que se destacam no investimento em inovação e tecnologia, planejando ampliar o capital investido até 2016.

Novos processos de produção de resina: biopolímeros

Um passo importante para a Braskem foi o início do fornecimento em escala mundial de uma resina de fonte renovável, reduzindo a dependência do petróleo para a fabricação de plásticos. A obtenção de eteno a partir do etanol da cana-de-açúcar, cuja produção no Brasil já é altamente eficiente em termos de balanço energético, vai de encontro ao compromisso da empresa de reduzir suas emissões de carbono.

Polietileno Verde

Em 2008, a Braskem lançou o primeiro polietileno (PE) verde certificado do mundo pela Beta Analytic –, que verifica a porcentagem de matéria-prima renovável utilizada no produto. Obtido do etanol derivado de cana-de-açúcar, e totalmente reciclável, possui as mesmas propriedades e características do polietileno tradicional, podendo ser processado nos equipamentos dos clientes sem necessidade de adaptações.

Em setembro de 2010, a resina entrou em plena produção, através da inauguração da maior unidade industrial de eteno derivado de etanol do mundo, e a primeira no Brasil: o Polo Petroquímico de Triunfo (RS), com capacidade para produzir 200 mil toneladas de polietileno (PE) verde por ano.

O polietileno verde absorve o gás de efeito estufa na produção da cana-de-açúcar, e o carbono fica posteriormente fixado no plástico produzido pela indústria. Segundo a empresa, até 2,5 toneladas de CO2 são retiradas da atmosfera a cada tonelada produzida de polietileno (PE) verde – considerando toda a cadeia de produção, desde a plantação da cana até a fabricação do polietileno verde. Entre as primeiras aplicações do produto estão embalagens de alimentos, brinquedos e utilidades domésticas. Concebido com tecnologia própria, o projeto exigiu investimentos da ordem de R$ 500 milhões e é considerado um marco histórico para a empresa, posicionando-a como líder da nova fronteira de polímeros obtidos com matéria-prima renovável.

Prolipropileno Verde

Dando continuidade ao desenvolvimento de novos processos de produção de polímeros, o próximo passo é a construção de uma fábrica de propeno (PP) verde, que permitirá produzir mais uma resina de origem renovável, agora o polipropileno – o segundo plástico mais utilizado no mundo – também a partir da cana-de-açúcar. Com investimento estimado em cerca de US$ 100 milhões, a previsão é que a nova planta entre em operação em 2013, com capacidade mínima de produção de 30 mil toneladas por ano.

Segundo estudo realizado em parceria com a Fundação Espaço Eco, para cada tonelada de polipropileno verde produzida são capturadas e fixadas em torno de 2,3 toneladas de CO2.

Novos produtos à base de polietileno: exercitando a lógica para inovação

Como alternativa ao pallet de madeira, a Braskem desenvolveu o pack less. Utilizado na movimentação de cargas, o pallet de plástico – constituído 100% de polipropileno – possui peso menor e é reciclável. Segundo e empresa, o estudo do ciclo de vida do pallet de plástico indica que a emissão de CO2 pode ser até 85% inferior à do pallet de madeira. “Quando contabilizo todos os itens – consumo de energia, de matéria-prima, uso da terra, emissões, resíduos sólidos etc. –, vejo que esse produto gera menor consumo de recursos como um todo, e menor impacto ambiental”, explica André Leal , Coordenador de Desenvolvimento Sustentável da empresa.

Por um lado, o plástico tradicional possui origem fóssil, mas pode ser reciclado e pode ter maior durabilidade que a madeira. Já a madeira é de fonte renovável, mas deve ser de origem florestal monitorada, além de se degradar mais facilmente, liberando carbono para a atmosfera. Se o plástico for produzido à base de biopolímeros, recupera-se a vantagem de se tratar de uma fonte renovável, mantendo-se a reciclabilidade e a durabilidade do plástico.

Entretanto, na comparação entre materiais, não basta olhar apenas para a origem e descarte, deve-se levar em consideração aspectos como função e contexto de utilização, com uma visão mais abrangente do processo e das soluções possíveis para um determinado objetivo. O peso de cada material influi na utilização de combustível no transporte de cargas, impactando a quantidade de emissões de carbono – daí uma das vantagens de tanques de combustível e baldes de tinta de plástico, soluções da empresa que substituem o uso do metal.

Aperfeiçoamento do foco, ampliação de mercado e reputação

Todas essas questões devem compor a avaliação de prós e contras de cada produto quando se avalia seu balanço geral de sustentabilidade. Ao se aprofundar nesse tipo de lógica, além de proporcionar ampliação de mercado e ganhos de reputação – por exemplo:

Figurar entre as 21 empresas-modelo brasileiras do Guia Exame de Sustentabilidade de 2012 e ser listada no índice de sustenatabilidade ISE Bovespa e na primeira carteira do índice DJSi para mercados emergentes.

No esforço de se ver servindo a tais desafios, a Braskem se prepara para um horizonte de inovações. “Nossa provocação é como trabalhar pra criar soluções, porque no fundo estou falando de uma unidade funcional (e não de um produto específico). Qual a unidade funcional? – a empilhadeira que permite levar esse produto de um lado pro outro (no exemplo anterior). Será que podemos fazer isso de modo mais eficiente?”, exemplifica André.

Visando dar continuidade ao fortalecimento do processo de inovação, a Braskem pretende dobrar o efetivo dedicado à pesquisa e desenvolvimento até 2016.

Pós-consumo

Mas não é apenas o trabalho na origem renovável do plástico que dá concretude à estratégia da Braskem, já que o pós-consumo do produto é um ponto crítico – e por isso constitui um dos macro-objetivos da empresa. Como a reciclagem pode ser aprimorada, gerando maior aproveitamento e reduzindo os impactos ambientais do descarte do plástico?

Essa preocupação resultou em investimentos no desenvolvimento técnico para a reciclagem, abrangendo 38 centrais de triagem e reciclagem mecânica de plásticos no Rio Grande do Sul, além de ações para implantar programas de inserção social por meio da reciclagem nos estados onde a empresa atua – Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Para auxiliar no direcionamento dos investimentos e no desenho da estratégia, a empresa finalizou em abril de 2011 um diagnóstico ambiental da reciclagem nessas regiões . A Braskem foi também uma das fundadoras do Instituto Socioambiental Plastivida, que atua na promoção da reciclagem.

A ideia é fortalecer essas cadeias de reciclagem e definir, até 2015, um modelo de negócio e de parceria para a primeira unidade de reciclagem energética no Brasil, visando tornar-se até 2020 um ator importante na solução do problema dos resíduos plásticos e contribuir para que o Brasil atinja índices de reciclagem mecânica de plásticos semelhantes aos dos países desenvolvidos – atualmente em torno de 35%.