Construindo massa crítica para inovação na empresa e na sociedade

Se a resposta quanto a qual o caminho mais sustentável pode ser um tanto relativa – melhor em que aspectos? Melhor pra quais atores ou stakeholders? Melhor por quanto tempo? – uma coisa é certa: em uma sociedade fortemente baseada no consumo de bens materiais, apenas com mais conhecimento sobre os desafios postos e as limitações das soluções propostas é que se pode avançar para algo mais equilibrado no que se refere à minimização de impactos sociais, e principalmente ambientais, nesse setor. O enriquecimento da perspectiva sistêmica das questões traz novos desafios, mas também soluções mais consistentes à medida que se adquire massa crítica para tanto.

- Massa crítica na empresa

O exercício desses novos ciclos leva os integrantes da empresa a refletir mais a fundo sobre as complexidades do assunto, trazendo impactos positivos no engajamento das pessoas. O processo favorece a inovação, ao desafiar os integrantes da empresa a darem um significado concreto à química sustentável em suas respectivas áreas. “A inovação, ainda que sempre tenha sido um assunto muito importante, passa a ser ‘a menina dos olhos’ da empresa, por ser um tópico essencial para fazer as quebras de paradigma necessárias”, destaca. André Leal afirma não ter a menor dúvida de que todo esse processo estimula – e irá estimular cada vez mais – as pessoas a pensarem em como traduzir o desafio para suas funções, abrindo novas possibilidades, novas pesquisas e mudanças tecnológicas.

- Incorporação aos processos decisórios

Para Leal, o grande ponto é que se amplia a discussão para assuntos e argumentos até então fora da pauta – e que continuam o sendo em muitas empresas. A empresa passa a discutir questões que não discutia antes, e, principalmente, começa a considerar investimentos que antes não seriam considerados. Ainda que o retorno financeiro seja difícil de ser mensurado até o momento, segundo Leal, o processo decisório quanto a investimentos passa a ser menos refratário a argumentos não financeiros, ganhando uma perspectiva de prazo mais longo e de consideração de aspectos intangíveis. Ou seja, o que anteriormente era avaliado apenas segundo critérios econômico-financeiros começa a ser mais facilmente fundamentado com argumentos de sustentabilidade.

- Massa crítica na sociedade

No processo todo, ganha também a sociedade, já que os novos produtos contribuem para o avanço na discussão sobre a química sustentável. Sua repercussão entre os variados atores – associações setoriais, concorrência, pesquisadores, engenheiros, governo, consumidores, fornecedores – contribui para dar mais pragmatismo a essa discussão ao explicitar os impactos de cada material e a complexidade das decisões a serem tomadas não apenas pelas empresas, mas também pelos indivíduos, dada a inerente participação dessa indústria em grande parte dos produtos que consumimos no dia a dia.

Informações Complementares:

Quadro 12: Estratégias para a Braskem evoluir em sete macro-objetivos

Fonte: BRASKEM, 2012