Parte I – Contexto interno

Expansão do Grupo Camargo Corrêa

O Grupo Camargo Corrêa é um dos maiores grupos empresariais privados do Brasil. As diversas empresas do Grupo são ligadas a uma holding, Camargo Corrêa S.A. (CCSA) de capital fechado e controle familiar. Em 2011, a o Grupo Camargo Corrêa obteve receita líquida consolidada de R$ 17 bilhões e EBITDA de R$ 2,2 bilhões.

Fundado em 1939 como uma empresa de engenharia e construção, o Grupo Camargo Corrêa se diversificou e passou a investir em diversos setores vinculados à infraestrutura e bens de consumo.

Nesse período de expansão, passou a incluir concessões rodoviárias e de energia, tendo hoje as empresas CCR e CPFL Energia, respectivamente, como grandes ativos em seu portfólio, que atualmente engloba também os setores de cimento, incorporação imobiliária, indústria naval, indústria de vestuário e calçados e têxteis. Presente em 19 países, o Grupo Camargo Corrêa é integrado por aproximadamente 63 mil colaboradores.

Implicações para a sustentabilidade

A diversificação do portfólio e a magnitude das operações trazem desafios consideráveis para a implementação de uma abordagem corporativa da sustentabilidade. O Grupo possui uma diretoria de sustentabilidade, que define diretrizes, ferramentas de gestão e uma governança para a aplicação dos conceitos de sustentabilidade em cada unidade de negócios, respeitando as peculiaridades de cada área de atuação. Isso requer que a sustentabilidade seja trabalhada não apenas no nível estratégico, mas também no tático.

Via de entrada da sustentabilidade e o papel das lideranças

A aspiração de assegurar a perenidade dos negócios e buscar benefícios nas atividades do grupo Camargo Corrêa para todos os públicos de interesse foi definida em um documento, a “Carta da Sustentabilidade: O Desafio da Inovação”, em 2006, que definiu a necessidade das empresas de comprometerem-se com aspectos que vão além do sólido desempenho financeiro.

A “Carta da Sustentabilidade: O Desafio da Inovação” traz uma reflexão sobre as demandas de transformação para uma sociedade mais justa e sustentável e registra o desejo do Grupo de “estar lá” quando este futuro chegar. Ao firmar essa convicção, resgata a capacidade de adequação do Grupo às necessidades de cada contexto histórico – "temos em nossas raízes a enorme capacidade de encontrar soluções para os problemas de cada época, de fazer acontecer e, de forma pioneira e com qualidade, ser lucrativos e crescer” – e aponta para uma nova etapa de sua busca pelo aperfeiçoamento e desenvolvimento, agora à altura das “responsabilidades mais amplas pelo impacto causado nas vidas e nas sociedades” com quem as empresas do Grupo interagem 70.

A Carta, assinada por acionistas e executivos de todas as unidades, selou o compromisso do Grupo com a sustentabilidade de forma estruturada.

Tendo a Carta como pedra fundamental, lançando o desafio da inovação, o tema da sustentabilidade passa a ser desenvolvido de forma corporativa na holding e nas unidades de negócio.

Dentre os produtos desse direcionamento estão a Agenda Climática 71 (2009) e as Diretrizes Amazônia 72 (2012). Do ponto de vista dos mecanismos de gestão, outra iniciativa de destaque foi a incorporação, em 2009, de critérios de sustentabilidade à política de remuneração variável.

Multiplicador de sustentabilidade na remuneração variável

Em 2009 foi implementado o multiplicador de sustentabilidade na remuneração variável dos gerentes e executivos. Todo gerente e executivo das empresas controladas integralmente pelo Grupo Camargo Corrêa possui sua remuneração variável atrelada a metas de sustentabilidade. Desse modo, a remuneração variável dos executivos pode ser 10% maior ou menor, dependendo da execução das metas de sustentabilidade propostas em determinado ano.