Adequação das estruturas organizacionais à sustentabilidade

A sustentabilidade como um movimento consistente e irreversível tem obtido reconhecimento e importância crescentes pelas organizações e sociedade como um todo. Existem três formas da gestão da sustentabilidade criar valor para as organizações: gestão de crescimento, gestão de risco e retorno de capital. As duas primeiras estão sendo especialmente abordadas pelas empresas. Várias estão também monitorando tendências em sustentabilidade, garantindo maior valor para suas ações. As organizações, respondendo a esse movimento, devem adequar suas estruturas organizacionais, tanto pela disseminação do tema pelas lideranças quanto pelas mudanças internas para responder às mudanças de contexto.

Uma estratégia comum é o estabelecimento de políticas e diretrizes de sustentabilidade, que alinhariam todo o negócio às visões da alta direção. Diversas pesquisas mostraram que a gestão da sustentabilidade, a menos que vinda da alta administração da organização, encontra uma diversidade de impedimentos para a sua operacionalização. Qualquer aplicação da sustentabilidade e posterior adequação das estruturas dependem, essencialmente, da visão da alta direção e dos objetivos que tem com as mudanças, sejam eles estrategicamente proativos ou reativos.

Há estruturas dentro das organizações que estão focadas diretamente na sustentabilidade, como gerências de sustentabilidade, vinculadas às áreas de recursos humanos ou comunicação. Em indústrias, principalmente as iniciantes, a sustentabilidade confunde-se com meio ambiente, devido às pressões sociais e legais. As organizações em estágios iniciais da compreensão da sustentabilidade criam estruturas apenas em resposta às demandas externas, sejam pressões sociais, sejam obrigações legais. Daí a criação de departamentos focados em comunicação social e relacionamento com partes interessadas ou de controle ambiental, mas não de sustentabilidade em seu sentido amplo.

Algumas organizações ainda, como resposta às demandas externas, criam parcerias com outras organizações, principalmente ligadas ao terceiro setor, para fazer através delas sua gestão ambiental e social, ainda desvinculadas da alta direção e das estruturas de governança.

Há ainda empresas em estágios mais avançadas de compreensão da sustentabilidade que vinculam a sustentabilidade às estruturas de tomada de decisão, seja em forma de gerência, seja em forma de comitês. Os comitês ou conselhos, além da importância nas decisões das organizações, teriam ainda papel fundamental na transversalidade da sustentabilidade, podendo atuar nas diversas estruturas empresariais.

Empresas, enxergando a sustentabilidade como estratégica para o negócio, refizeram suas estruturas, criando diretorias e/ou comitês que têm atuações transversais, influenciando as metas e avaliações de desempenho das demais funções organizacionais.

Na realidade não há estrutura ideal. Estrutura boa é aquela que funciona de acordo com a realidade da organização. Mas algumas premissas devem ser observadas pelas organizações: o tema deve ser gerido pelo nível estratégico; deve permear todas as demais funções; o sistema de gestão de pessoas deve dar o suporte necessário para o desenvolvimento do comportamento e da consequente emergência da cultura e adequada sustentabilidade.