Mercados inclusivos

Mercados inclusivos são aqueles que favorecem os negócios que buscam solucionar os fatores de exclusão social de forma natural, criam competitividade para empresas que geram produtos, empregos e renda para as classes mais pobres. Nos mercados inclusivos estão os negócios inclusivos, iniciativas rentáveis e social e/ou ambientalmente responsáveis que melhorem a qualidade de vida de pessoas de baixa renda, através de mecanismos de mercado. Para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), os modeles de negócios inclusivos seriam aqueles que: “envolvem os pobres no processo de desenvolvimento econômico no âmbito da demanda, como clientes e consumidores, e no âmbito da oferta, como empregados, produtores e donos de negócios em vários pontos das cadeias de valor”. (PNUD, 2008, p.2)

Esse tipo de processo acontece porque o setor privado tem influência na determinação das atividades e na distribuição de riquezas na sociedade, exercendo um papel primordial nas mudanças do mercado de consumo. Como mudança do paradigma na responsabilidade social empresarial, as estratégias estão repensadas, não só no desenvolvimento de mercados de classes com menor poder aquisitivo, mas, também, na geração de novos consumidores, com o crescimento da economia e apoio das políticas e programas governamentais. O aumento de pessoas consumindo gera novos mercados, mas os produtos devem ser repensados devido às limitações ambientais.

No documento final da Conferência da Rio + 20, os chefes de estado se posicionam em orientar as nações para promoverem trabalho e proteção social:

Reconhecemos que a erradicação da pobreza, o emprego pleno e produtivo e o trabalho descente para todos, a integração e a proteção social estão relacionados entre si e se reforçam mutuamente, e que devem-se criar condições propícias para promovê-los em todos os níveis.

Preocupam-nos as condições do mercado de trabalho e a grande escassez de oportunidades de trabalho decente disponíveis, em especial para as mulheres e os homens jovens. Instamos a todos os governos que abordem o desafio mundial que representa o emprego dos jovens mediante a elaboração e aplicação de estratégias e políticas que proporcionem aos jovens de todo o mundo acesso a um trabalho decente e produtivo, já que nos próximos decênios terão que criar trabalhos decentes para assegurar o desenvolvimento sustentável e inclusivo e reduzir a pobreza. (ONU, 2012, p.31)

Um novo modelo de empresas que está surgindo no mundo é a chamada Benefit Corporations (ou B-corp), cujo objetivo é não apenas criar valor aos acionistas, mas gerar benefícios à sociedade. A ideia proposta é a de usar empresas como ferramentas de mudanças sociais, diferenciando empresas com ações realmente modificadoras daquelas que apenas possuem um marketing ambiental ou social.

São diversas as organizações que podem ser consideradas negócios inclusivos ou usam de mercados inclusivos para ampliar seus negócios. Empresas de comunicação estão ampliando os mercados através de oficinas tecnológicas, capacitando pessoas em áreas rurais.