Desequilíbrios Ambientais

Os desequilíbrios ambientais emergem de diversas maneiras e em muitos casos apresentam situações extremamente preocupantes.

Conforme o relatório da ONU, Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2009, a mudança da paisagem nos últimos anos foi crítica e diferente no mundo. A taxa de perda de áreas naturais, contudo, caiu de 16 milhões de hectares por ano para 13 milhões de hectares por ano na última década.

Gráfico 7 - Mudança líquida nas florestas mundiais entre 1990 e 2000 e 2000 e 2010.

Fonte: Objetivos de Desenvolvimento Milênio, 2009

Já as emissões de carbono cresceram de 6,8 em 1990 para 16% em 2008 nos países em desenvolvimento, enquanto as regiões desenvolvidas tiveram as taxas reduzidas de 15% para 13,9%. As perspectivas quanto à camada de ozônio, contudo, são boas. Devido às ações decorrentes do Protocolo de Montreal, a camada deve retornar aos seus níveis antes dos anos 80 em aproximadamente 50 anos.

De acordo com o relatório do PNUD, em nível global, quase 40% da terra estaria degradada devido a erosão dos solos, diminuição da fertilidade e sobrepastoreio. A produtividade da terra está diminuindo, com uma perda de rendimento prevista que chega aos 50% nos cenários mais negativos.

As pressões sobre os recursos têm aumentado. Conforme dados da OCDE, o número de pessoas que vive em áreas de estresse por água tende a aumentar, principalmente em algumas regiões estratégicas.

Gráfico 8 – População mundial e nível de estresse de água

Fonte: OCDE, 2008

O termo biodiversidade, embora há muito conhecido da comunidade acadêmica e dos ambientalistas, só se consolidou por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992 (Rio 92). Durante esse encontro, os países acordaram, e, posteriormente, ratificaram a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), primeiro acordo internacional voltado para a conservação e uso sustentável da biodiversidade. Conforme a International Union for Conservation of Nature (IUCN), organização responsável pela Lista Vermelha de espécies ameaçadas, das 1.728.408 espécies descritas, apenas 61.914 foram avaliadas e, destas, 10.533 estavam ameaçadas em 1998, e 19.570 estão ameaçadas em 2011. As estatísticas recentes mostraram que 21% dos mamíferos estão ameaçados, 31% dos anfíbios e 39% das gimnospermas.

Os recursos marítimos estão caindo muito. Pelos dados do relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de 2011, a produção atingiu um pico em 1996 de 86,3 milhões de toneladas e está decaindo desde então. Quanto à pesca, aproximadamente 85% das condições naturais estão superexploradas ou com suas quantidades em queda, ou completamente exploradas ou em recuperação (ver gráfico 9).

Gráfico 9 - Estado da exploração de peixes de 1974 a 2008 (percentuais)

Fonte: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

Sobre as limitações naturais, o Stockholm Resilience Center publicou um artigo apresentando nove fronteiras planetárias nas quais a humanidade deve atentar, fornecendo bases para o acompanhamento da sustentabilidade ambiental (ROCKSTROM et al., 2009). São elas: mudanças climáticas, acidificação oceânica, ozônio estratosférico, ciclo biogeoquímico do nitrogênio, ciclo biogeoquímico do fósforo, uso da água doce global, mudança de uso da terra, perda da biodiversidade, poluição química e descarga de aerossóis na atmosfera. Das nove propostas, apenas sete puderam ser quantificadas e três já foram ultrapassadas pela humanidade.

Figura 3 - Limites planetários propostos pelo Stockholm Resilience Center

Fonte: ROCKSTROM et al., 2009